Cães de guarda que cuidam de rebanhos ajudam a preservar grandes predadores

Pesquisas realizadas pela Universidade de Kent, da Inglaterra, revelaram que, na África do Sul, cães de guarda reduzem significativamente o conflito de fazendeiros com grandes predadores carnívoros, como Leopardos e Panteras, por mantê-los longe dos rebanhos. Com isso, ajudam a diminuir a matança, por fazendeiros, de espécies selvagens que, muitas vezes, correm risco de extinção.A pesquisa foi publicada em artigo no Wildlife Society Bulletin e revelou que, nas fazendas pesquisadas, rebanhos protegidos por cães tiveram redução de 91% dos casos de ataques predadores e consequente diminuição na perda de animais.

Com isso, aumentou a tolerância à presença de grandes carnívoros rondando as fazendas. “A matança em retaliação à perda de animais do rebanho é a maior ameaça à sobrevivência de grandes carnívoros na África do Sul”, comenta o professor Douglas Macmillan, do Durrell Institute of Conservation and Ecology (DICE).

“Tenho certeza de que o investimento em treino de cães para guardar rebanhos poderá salvar a vida de muitos predadores selvagens ao redor do mundo.”

Centro de treinamento para cães de guarda

Um exemplo desse trabalho é o programa The Cheetas Conservation Fund’s Livestock Guardian Dog (CCF), implementado em 1994 na Naníbia com o intuito de preservar a vida das Panteras e Leopardos da região dos ataques de fazendeiros.
As raças utilizada pelo projeto são o Anatolian Shepherd, cão de guarda muito antigo, provavelmente descendente de cães caçadores da antiga Mesopotâmia (atual Iraque) e o Kangal, outro cão de guarda, mas de origem turca. Desde sua fundação, o programa reduziu em 80% as perdas de rebanhos decorrentes da predação, revela Laurie Marker, fundadora da CCF.
“Estamos muito satisfeitos com os resultados obtidos por nosso programa e já estamos discutindo a possibilidade de implementá-lo nos Estados Unidos e países da União Europeia”, comenta Laurie.  Saiba mais em: www.cheetah.org