25 de janeiro: dia do carteiro

Funcionário dos Correios há cinco anos em Guaratinguetá, SP, Ângelo Cristiano da Silva contraria com prazer a antiga rivalidade entre carteiros e cachorros.
Dia do Carteiro
Ângelo resgatou filhotinhos no período de trabalho

Aos 32 anos, ele provou para todo o município e, porque não dizer para o Brasil, que é possível cultivar no dia a dia uma grande amizade com os caninos. “Desde pequeno sempre tive contato com animais. Quando criança, meus pais tiveram cães e, por isso, posso dizer que o meu relacionamento com esses pets é de berço”, conta Ângelo, tutor de duas cadelas e ainda três gatos SRD.

A amizade, contudo, não começou de maneira cordial, como esperava o “carteiro amigão” – carinhosamente homenageado com o apelido pelos moradores da cidade. “No início da minha carreira tive um episódio engraçado. Quando chamei a cliente para entregar a correspondência, ela abriu o portão e, do nada, saiu um Pinscher correndo em minha direção”, lembra. “Não consigo recordar se ele me mordeu, me arranhou ou só encostou os dentes no meu calcanhar”, diverte-se Ângelo. Porém, mesmo depois do ataque, o carteiro não desistiu de seguir o seu plano: conquistar e ajudar o maior número de cachorros da cidade.

A primeira amizade animal foi estabelecida em 2015, com dois Border Collie. “Não podiam me ver passar na rua que quase arrancavam o portão para me pegar. Latiam muito”, conta. “Certo dia, decidi encará-los de perto e, quando fui chegando e chamando-os de ‘amigão’, eles logo se renderam. Começava uma ótima amizade. Foi uma das minhas primeiras selfies com cães dos clientes”, recorda o profissional.

 

Ninguém escapa: o carteiro não faz distinção na hora de escolher seus companheiros de selfie – basta querer e dizer “xiiis”

Para estabelecer amizade com os peludos, Ângelo explica que, aos poucos, vai se aproximando dos cães e, quando estão mais tranquilos, permite que os animais cheirem sua mão. Essa primeira relação ocorre sempre por meio de um vão, para que o pet não coloque a boca para fora do portão e não haja possibilidade de nenhum tipo de ataque. “Depois de cheirar e baixar a guarda, já faço um carinho na cabeça e no focinho. Até eles perceberem que nós, carteiros, não estamos ali para machucá-los ou ferir a família deles leva tempo”, observa. “De lá para cá, só venho conquistando o amor, carinho e confiança deles”, declara o carteiro, ressaltando que muitos pets, inclusive os gatos, costumam fazer a conhecida, e esperada, festa quando ele está por perto. “Até parece que eles sabem que estou chegando!”