Conheça as principais ameaças que as pulgas podem trazer ao seu cão

Como nada é perfeito, no verão, uma das estações mais esperadas do ano, aumenta a atividade de pulga,  enquanto no inverno se intensifica a atividade de piolhos e com o clima seco se multiplicam os carrapatos. O significado disso não é mesmo agradável, já que, além do incômodo causado por esses pequenos seres, parte deles pode trazer consigo doenças que afetam cães e gatos, algumas graves.

E, para piorar, entre esses males há os que são zoonoses, ou seja, ameaçam tanto os animais quanto os seres humanos, podendo passar de um para o outro diretamente ou levados pelos insetos.

“Os insetos merecem atenção especial por parte de quem tem animais, pelo risco de propagação de doenças infecciosas”, ressalta o médico-veterinário Marcelo Quinzani, diretor clínico do hospital veterinário Pet Care, de São Paulo.

Ele lembra que os riscos dos males passados por insetos pode variar conforme a localidade, até mesmo dentro de um mesmo município. “Um bom jeito de saber quais doenças estão ocorrendo com maior frequência na região onde vivemos e de receber orientação sobre quais medidas preventivas tomar, é conversar com um veterinário local”, comenta Quinzani.

A seguir, o profissional fala sobre os problemas que podem acometer cães e gatos, causados por pulgas.

Cães & Cia: Entre os insetos, as pulgas são os que mais incomodam cães e gatos? 
Quinzani: As pulgas encontram condições ideais para se reproduzirem quando está quente e úmido e é nessa fase que infestam cães e gatos. São frequentes os casos de alergia às suas picadas, causando grande desconforto. Alguns cães e gatos, de tanto se coçarem, chegam a perder parte da pelagem e a adquirir feridas. Além disso, as pulgas também podem transmitir a tênia, um verme intestinal, e a doença micoplasmose, que causa anemia profunda.


iStock/Goldfinch4ever

PULGAS

MAIOR ATIVIDADE

Quando faz calor

PODEM TRANSMITIR

Alergia 

● O que é: Sensibilização do sistema imune do cão (dermatite alérgica) ou gato (dermatite miliar felina) ao contato bucal e à saliva das pulgas.

● Sintoma: Muita coceira.

● Transmissão: Picadas de pulgas.

● Afeta: Cães e gatos com predisposição imunológica individual, inata ou adquirida.

● Tratamento: Com antialérgico, esteroidal ou não, e com eliminação dos insetos no animal e no ambiente. Se a alergia causar infecção na pele, é feito uso de antibiótico.

Micoplasmose

● O que é: Destruição dos glóbulos vermelhos por bactérias.

● Sintomas: Os mais comuns são secreção nasal, tosse, dificuldade respiratória, febre, dores articulares, distúrbios de locomoção, abscessos e aborto.

● Transmissão: Principalmente por picada de pulga infectada por bactérias mycoplasma ou, entre gatos, por contato com secreção conjuntival ou saliva. Picada de carrapato também pode transmitir.

● Afeta: Gatos e, em menor escala, cães. O risco de zoonose é mínimo, mas há relato de transmissão a um ser humano por mordedura na mão feita por gato infectado.

● Tratamento: Com antibióticos, corticoides, antianêmicos e, quando mais grave, transfusão sanguínea.

Tênia (dipilidiose)

● O que é: Verme achatado (Dipylidium caninum) que se instala no intestino.

● Sintomas: Insônia, perda de apetite, dores abdominais, diarreia, coceira no ânus e presença dos próprios vermes nas fezes.

● Transmissão: Por ingestão de pulga ou piolho infectado. O parasita se desenvolve no intestino do animal.

● Afeta: Cães e gatos.

● Tratamento: Desvermifugação.

PREVENÇÃO

● No cão ou no gato: Check-up caseiro, principalmente perto do pescoço, da cabeça e do períneo (próximo à cauda). Se houver pontos pequenos, escuros e secos, podem ser fezes de pulgas. Aplicar mensalmente produto antipulgas (existem com vários princípios ativos e para uso oral ou tópico). No caso de infestação maciça ou de reação alérgica, a aplicação passa a ser quinzenal, dependendo da medicação utilizada.

● No ambiente: Em caso de infestação, limpar as frestas do solo com jatos de água de lavadora de alta pressão, tipo wap, e fazer esterilização térmica com vassoura de fogo (lança-chamas) ou, se o ambiente for inflamável, dedetizá-lo quimicamente. Repetir a esterilizarão ou dedetização periodicamente se na primeira vez o resultado tiver sido positivo. Em caso de aplicação de produto químico, recomenda-se evitar o contato dos animais domésticos com o ambiente por 10 dias para evitar intoxicação, já que o resíduo do produto permanece impregnado mesmo após a lavagem com água.

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