Para que servem as rações terapêuticas? Veja o papel delas no controle de doenças

P​assear pelas gôndolas de pet shops ou casas agropecuárias e escolher a ração mais adequada para o cão não é tarefa tão fácil assim. Há muita diversidade de produtos, com diferentes formulações, embalagens cada vez mais atraentes e preços que variam consideravelmente.Entre a riqueza de opções, merecem destaque as rações terapêuticas. Elas têm a importante proposta de amenizar problemas de saúde que podem ter consequências graves se não forem tratados. “Cães obesos, com doenças renais, diabetes ou com sensibilidade ou hipersensibilidade alimentar são os principais públicos para as rações de indicação terapêutica”, informa a médica-veterinária Vivian Pedrinelli, residente em nutrição e em nutrição clínica de cães e gatos no hospital veterinário da Universidade Estadual Paulista (UNESP), em Jaboticabal, SP, e colaboradora voluntária do site nutricao.vet.br. Ela explica que as rações de indicação terapêutica não garantem a cura de doenças, mas têm papel essencial em muitos tratamentos.

“Se utilizadas de maneira adequada, podem auxiliar no controle das doenças, melhorando a qualidade de vida dos cães e proporcionando maior longevidade”, afirma a especialista, que ressalta a importância da indicação veterinária para o uso desses alimentos, inclusive quanto à dosagem e à frequência das refeições. “Caso contrário, se a dieta terapêutica for oferecida de maneira incorreta, o animal poderá sofrer sérias complicações”, alerta Vivian.

Particularidades das rações terapêuticas
A dosagem dos nutrientes varia conforme a finalidade terapêutica da ração, como mostra a médica-veterinária Vivian Pedrinelli.

Ração para cães obesos: Tem mais fibras, para dar maior sensação de saciedade e diluir as calorias; mais proteínas, para melhor manutenção da massa magra no decorrer da redução de peso e mais vitaminas e minerais, para evitar deficiências nutricionais por causa da restrição calórica.

Ração para cães com problemas renais: Tem teor menor de proteína, para reduzir as concentrações de ureia no sangue e de outros compostos vindos do metabolismo das proteínas, substâncias cuja concentração exagerada pode resultar em sérios danos para o organismo. Também tem menor teor de fósforo, para auxiliar na diminuição de sua retenção pelo organismo do animal de estimação.

Ração para cães com sensibilidade ou hipersensibilidade alimentar: Geralmente tem proteína de origem diferente da normalmente encontrada, que pode ser hidrolisada, para reduzir o estímulo à reação alérgica. Muitas vezes tem ácidos graxos essenciais do grupo dos ômega 3, indicados na embalagem como EPA (ácido eicosapentaenoico) e DHA (ácido docosahexaenoico), com finalidade anti-inflamatória na pele.

Ração para cães diabéticos: Geralmente tem fontes de carboidratos de assimilação lenta, ou seja, que não causam pico de glicemia após as refeições por serem assimilados mais lentamente pelo organismo.