Cachorro tem sentimento parecido com os humanos

É comum notarmos que os nossos cachorros possuem emoções parecidas com as nossas, como por exemplo: amor, euforia, ciúmes, depressão.. Mas será que existe algo comprovado?

Um estudo do cérebro canino feito por meio de ressonância magnética concluiu que os cães sentem emoções muito próximas das dos humanos. É o que informa o livro How Dogs Love Us: A Neuroscientist and His Adopted Dog Decode the Canine Brain (Como os cães nos amam: um neurocientista e seu cão adotado decodificam o cérebro canino), lançado em outubro, nos Estados Unidos, de autoria do neurocientista Gregory Berns, da Universidade de Emory, em Atlanta, Georgia.

Acostumado a usar a ressonância magnética no estudo do cérebro humano, Berns sabia que não ia ser fácil conseguir que cães ficassem imóveis dentro da ruídosa máquina sem ser sedados nem submetidos a qualquer contenção. Para tanto, resolveu treinar, na sala de casa, a cadela adotada por ele, Callie, com 2 anos, a subir degraus dentro de um tubo, a encostar a cabeça num apoiador de queixo e a permanecer imóvel por até 30 segundos usando um protetor de ouvidos.

Depois de meses de prática, que incluiu tentativas com o aparelho verdadeiro, Berns conseguiu os primeiros mapas de atividade cerebral de Callie diante de dois gestos: um sugerindo que ela receberia uma recompensa e o outro, não. Novos cães voluntários apareceram e, um ano depois, mais de uma dúzia deles estava “certificada” para testes com ressonância magnética.

A constatação de Berns foi que a área do cérebro canino ativada quando ocorrem emoções positivas é o núcleo caudado, exatamente como acontece com os humanos. “Trata-se de uma região tão consistente que, quando ativada nas pessoas em circunstâncias certas, permite até predizer preferências como por comida, música e beleza”, ressalta Berns. A descoberta sugere que os cães, e provavelmente muitos outros animais, especialmente os primatas, têm emoções como nós, com um nível de senciência (capacidade de sofrer ou de sentir prazer ou felicidade) comparável ao das crianças humanas. “Se a sociedade avançar e conceder aos cães direitos como indivíduos em vez de considerá-los propriedade, a tendência será a proibição de ‘fábricas’ de filhotes, de cães de laboratório e de corridas de cães, por violarem o direito básico de auto-determinação dos indivíduos”, comenta Berns no artigo Cães são pessoas também, que publicou no New York Times. Para ver o artigo de Berns: www.nytimes.com/2013/10/06/opinion/sunday/dogs-are-people-too.html?pagewanted=all&_r=0