Definitivamente, esses pombos são muito diferentes daqueles que você está acostumado a ver em praças. Os pombos-correio de competição são criados desde seu nascimento para essa finalidade, sendo alimentados para desenvolver todo seu potencial físico e poder de orientação. Quem explica é o presidente das federações Paulista e Brasileira desse esporte, o empresário David Gonçalves, de Indaiatuba, SP, que pratica a columbofilia há mais de 50 anos. A columbofilia se desenvolveu na Bélgica mais de 100 anos atrás, sendo que é muito praticada em países como Alemanha, Holanda, Portugal e França, ressalta. “Mas desde a antiguidade era praticada por reis egípcios”, pondera.
Foto: arquivo David Gonçalves
No Brasil, os campeonatos são compostos por provas que consistem em levar o pombo a um local, soltá-lo e marcar o tempo e a distância que a ave leva para voltar ao seu local de nascimento. No dia da prova, explica David, cada pombo tem uma anilha com um número único de identificação, que é registrado por um equipamento especial, antes de as aves serem embarcadas no caminhão onde serão levadas para o local da soltura. Chegando a esse local, as gaiolas do caminhão são abertas, dando início à prova. “Ao retornarem e entrarem em suas gaiolas, um equipamento registra data e hora da chegada. Os dados de latitude e longitude do local da solta e do destino de cada pombo são usados para calcular a distância e a velocidade média do pombo durante a prova. Aqueles com maior velocidade são os que mais pontuam.”
Foto: arquivo David Gonçalves
Há provas de pouca distância, cujo objetivo é competir pela velocidade, e provas distantes, que focam mais na resistência do animal. Os sócios competem entre si ou entre entidades, explica David. As provas podem alcançar 100, 200, 500, 800 km do local de nascimento dos pombos, podendo a ave levar mais de um dia para retornar. “Pombos adultos já habituados a voar em um local não servem para competir em outro local, pois uma vez soltos voltariam para seu local de origem”, aponta David. Os competidores que vencem as provas ganham troféus, medalhas e até prêmios valiosos, como motos. “As maiores distâncias percorridas pelo pombo correio são da Argentina a Governador Valadares, MG, entre algumas outras façanhas, com distâncias de 1600 e 1800 km”, salienta o empresário.
De acordo com David, para criar os pombos-correio é necessário dispor de uma pequena área ensolarada no local onde é construído um viveiro para abrigar os animais, dotado de poleiros em quantidade suficiente para o número de aves que nele viverá. “Um pombal com 2m de frente por 1m de fundo, com 1,80m de altura, comporta confortavelmente 20 aves”, estima o empresário, ressaltando que os pombos-correio acabam se tornando aves de estimação dos criadores.
Foto: arquivo David Gonçalves
