Mau Egípcio: divindade em forma de gato

Entre os gatos domésticos mais antigos que existem, o Mau Egípcio é um dos que faz em parte do rol de raças com aparência selvagem da gatofilia. Seu grande diferencial são as pintas (spots) em sua pelagem, que não foram criadas artificialmente, ou seja, por meio de cruzamentos híbridos, entre diferentes espécies.
O Mau Egípcio as herdou de seus antepassados, gatos considerados semi- deuses no Antigo Egito. Nos anos 1960, houve uma tentativa de criar gatos com as pintas do Mau Egípcio com cruzamentos entre Abissínios, Orientais e Siameses, mas não deu certo. Assim, esses gatos egípcios mantêm, até hoje, suas linhagens puras.
Embora raro no Brasil e quase extinto em seu país de origem, o Egito (veja mais no quadro “No Egito”), alguns países têm se dedicado à criação da raça. Na França, ela é a 27ª raça com mais registros entre as 72 listadas no Livre Officiel des Origines Félines (LOOF). Nos Estados Unidos, ocupa o 20º lugar no ranking da Cat Fanciers Association (CFA) de 2015 entre 43 raças e na Grã-Bretanha, está em 22º lugar no ranking de 2015 no The Governing Council of the Cat Fancy (GCCF) entre 40 raças.
De tão antigos e belos, Maus, como também são chamados, já tiveram participação no desenvolvimento de algumas raças e cores. O Bengal e, mais recentemente, o Safári são apenas dois exemplos. Contudo, mesmo existindo há muito tempo, a raça não foi uma das primeiras aceitas em federações felinas, o que aconteceu na segunda metade do século 19.
O Mau chegou aos Estados Unidos apenas 100 anos depois disso, em 1956, quando a princesa russa Nathalie Troubetskoy, antes exilada na Itália, levou seus três exemplares consigo ao imigrar no país norte-americano. Hoje a raça é aceita em todas as entidades felinas. Na The Internacional Cat Association (Tica), por exemplo, seu reconhecimento oficial aconteceu apenas em 1979.