Meu agapornis está jururu e sem brilho nos olhos. O que pode ser?

Pergunta: Meu Agapornis, de 3 anos, está desanimado e sem brilho nos olhos. O que pode ser? O que devo fazer para ele ficar bem?

Resposta:
Alberto, há diversos motivos para uma ave se mostrar desanimada e perder o brilho nos olhos.

Por exemplo: alimentação inadequada, estresse, doença causada por vírus ou problema degenerativo. Para que seu Agapornis volte a ficar bem, será preciso detectar a causa dos sintomas que ele apresenta e, em seguida, fazer o tratamento correto. O profissional habilitado para esse trabalho é o veterinário especializado em aves.

Há também algumas dicas que contribuem para deixar o Agapornis mais feliz, animado e saudável. Uma é proporcionar estímulos suficientes, dando bastante atenção a ele e oferecendo brinquedos que o atraiam. Na falta de distração, o Agapornis, que é uma ave inteligente, tende a ficar facilmente entediado. Escolha brinquedos adequados e seguros, que, por exemplo, não tenham pequenas partes metálicas ingeríveis.

Também é fundamental que o Agapornis receba alimentação variada, adequada para a espécie. A base deve ser ração de boa qualidade para psitacídeos de pequeno porte. Como complemento, dê pequena quantidade de frutas e legumes livres de pesticidas. Troque os alimentos duas vezes por dia ou, pelo menos, diariamente, para evitar deterioração e contaminação. Ofereça água fresca todos os dias. A gaiola deve ter vários poleiros em diferentes alturas e formatos, nunca postos em cima dos potes de comida ou de água.

Dê oportunidade ao Agapornis de se banhar de vez em quando em uma bacia ou borrifando água nele.
Quando você resolver adquirir uma ave, procure um criador ético, que a entregue anilhada e com documentação adequada. Criadores ilegais, além de causarem a morte de muitos animais no tráfico, não se preocupam em vendê-los saudáveis e livres de infecções, algumas até transmissíveis para pessoas.

Caso você compre uma ave já tendo outras, mesmo que a origem da recém-adquirida seja boa, mantenha-a separada das demais por pelo menos um mês. Essa medida evitará o risco de novas doenças virem a infectar as aves da casa. Durante a quarentena, não misture utensílios da nova ave com os das demais e sempre que mexer na recém-chegada, lave as mãos antes de ter contato com as outras.

Periodicamente, submeta seu Agapornis a exames e aproveite o contato com o médico-veterinário para obter novas dicas de cuidados, conforme as necessidades do momento.
Tudo isso ajuda a prevenir doenças no Agapornis e a alcançar com qualidade de vida a longevidade típica da espécie, que é de 12 anos, em média.

Prof.ª Dra. Vanessa Ferraz, bióloga e médica-veterinária com mestrado e doutorado em clínica cirúrgica pela USP, com enfoque em traumatologia de aves. É sócia da clínica veterinária Strix, em São Paulo, há 9 anos, instrutora da AOVET e membro do Laboratório de Ortopedia e Traumatologia Comparada da USP.

Veterinário: Médico Veterinário
Data: 2017-02-06