Uma raça para companhia

Pergunta:

Tenho um filho único que completará 6 anos de idade. Gostaria de receber indicação de um cão de companhia. O Bull Terrier é boa opção?

Resposta:

Jefferson, na idade em que o seu filho se encontra, por mais educada e paciente que seja a criança, é natural que puxe o cão, dispute brinquedos com ele e o pegue no colo. Para facilitar o aprendizado de ambos, a sugestão é adquirir um exemplar submisso, qualquer que seja a raça. Ao fazer a escolha, procure um criador experiente e peça que ele o ajude na seleção.

Outra orientação: só leve o filhote para casa se ele tiver completado 90 dias, ou o mais próximo possível disso, junto com a mãe. É nesse período que acontece o imprinting materno, quando o cãozinho aprende a lidar com os toques e afagos. Isso o ajudará a se adaptar melhor ao contato com humanos.

No dia a dia, será preciso drenar todo o excesso de energia do cão por meio da prática regular de atividades ao ar livre. Passeios diários, feitos com disciplina, possibilitarão manter o corpo e a mente do animal em harmonia.

Pela sua pergunta e pela minha experiência, indico o Staffordshire Bull Terrier, raça que possui nível alto de atividade – próprio para acompanhar o pique das crianças –, e que foi eleita cão-babá na Inglaterra. Se preferir um cão menor para apartamento (faltou nos informar qual é o seu tipo de moradia), sugiro o Buldogue Francês, raça que também tem energia de sobra para acompanhar as crianças.

É importante, ainda, contar com a orientação de um médico-veterinário sobre particularidades da raça escolhida, como a resistência ao calor, a quantidade ideal de exercício e a alimentação adequada (leve em conta que crianças compartilham seus alimentos com o cão).

Por fim, indico a castração. Sem o comportamento inerente aos hormônios reprodutivos, o cão se tornará mais sociável e adquirirá maior longevidade. Particularmente, prefiro as fêmeas para fazer companhia a crianças pequenas.
Como pai de família, atesto que você será responsável por manter o que chamo de pilares da boa educação, onde respeito, confiança e amor, exatamente nessa ordem, contribuem para a plenitude da relação. Espero ter ajudado na sua escolha.

Marcio Esteves, do Rio de Janeiro, especializado em comportamento canino.
Veterinário: Consultóres Técnicos
Data: 2016-01-20