Truques para deixar o pet apto a frequentar lugares pet friendly

Durante as suas férias não deixe o pet em casa! Ensinamos o que é preciso para que ele se comporte em espaços públicos

Por Samia Malas

Foto: iStockphoto.com/lolostock

Com tantos compromissos de trabalho e a correria do dia a dia, sobra pouco tempo para nos divertirmos e estarmos com quem amamos, inclusive com nossos pets! Sendo assim, quando nos sobra um tempinho, principalmente aos fins de semana e durante nossas merecidas férias, queremos incluí-los em nossos roteiros. Cada vez mais é possível encontrar lugares que aceitem nossos pets e que até disponibilizam espaços, mimos e cuidados específicos para eles. Principalmente nas grandes cidades, já encontramos restaurantes, lanchonetes, shoppings, padarias, hotéis e pousadas que são pet friendly, o que agrada bastante aos tutores.

Vamos concordar que nada nos deixa mais felizes do que nossos pets serem recebidos de braços abertos nos locais que gostamos de frequentar, não é mesmo? Mas antes de sair com o seu pet a tiracolo por aí, é importante se informar sobre os locais que pretende visitar e quais as regras gerais dos estabelecimentos, além de seguir algumas dicas essenciais para que o passeio ou a viagem deixem somente lembranças positivas tanto para você quanto para o seu amigo.

Fique ligado!

Antes de começar a frequentar espaços públicos com o pet, reflita sobre os seguintes pontos:

1. Ele vai gostar?

A maioria dos pets adora estar onde estamos, não importa o local, mas avalie se o seu animal aprecia o tipo de passeio em que você gostaria de levá-lo, como os passeios de carro, em locais movimentados, com outros animais, crianças ou barulhos. Não adianta querer a companhia do peludo se, para ele, essas serão experiências negativas.

2. Saúde em dia

O bichinho precisa ter recebido as vacinas e vermifugação nos prazos estipulados pelo veterinário, já que ele terá contato com outros animais e pessoas.

3. Identifique seu pet

Ao sair, sempre coloque uma plaquinha com o nome dele e com o seu telefone para contato, principalmente se o passeio for uma viagem.

4. Esteja preparado

Aproveite a ocasião e consulte o seu veterinário sobre o kit de emergência, pois imprevistos acontecem e precisamos estar preparados. O que levar? Quais remédios dar em caso de o amigo passar mal? Esteja pronto!

5. Cocô e xixi

Sempre tenha saquinhos para recolher as necessidades dele e pense sempre no amigo nos momentos em que estiver em ambientes internos, ou seja, leve tapete higiênico, se essa for a preferência dele. Se ele estiver acostumado a se aliviar somente em áreas externas, permita que ele faça isso e não o deixe muito tempo em locais fechados.

Divertido e sem traumas

Para que seu pet frequente todos esses lugares com você e o momento não se torne estressante para ambos, é necessário que ele seja comportado, sociabilizado, calmo e que entenda algumas regras. A sociabilização, ou seja, apresentar o pet ao maior número de estímulos possíveis é muito importante para que ele se mantenha calmo em diferentes situações, como andar de carro.

Além disso, a sociabilização engloba apresentar ao amigo variados ambientes e diferentes tipos de cães. Mas é importante lembrar de respeitar os limites do animal, promovendo sempre associações positivas junto a essas apresentações, como oferecer petiscos, carinho e interação. Se desde filhote o seu pet tiver contato com outros animais de estimação em diferentes tipos de ambientes, acredito que ele estará pelo menos 50% pronto para as aventuras que virão com o seu tutor. Os outros 50% dependem de adestramento. A sociabilização traz estímulos diferentes ao cão, mas não a obediência e o controle do adestramento, por exemplo.

Caso tenha muita dificuldade para sociabilizar o seu cão, conte com a ajuda de um profissional para treinar esses estímulos positivos com seu cão.

Comandos e limites

Outro ponto tão importante quanto a sociabilização é que seu pet seja educado, sabendo atender a comandos de obediência e de limites, como o “senta”, “deita”, “fica”, “vem”, “junto” e “não”. Para ensiná-lo, como dito, utilize petiscos deliciosos que o estimulem a fazer o que deseja. É sempre importante não forçá-lo a fazer o comando desejado, mas sim promovê-lo de uma forma que ele goste de fazer, justamente porque será recompensado no final.

“Senta”

Este comando é importante para o pet ficar calmo enquanto estamos sentados em algum lugar ou esperando algo. Coloque o petisco bem próximo ao focinho e o induza por cima da cabeça do pet levando para trás, a tendência é que ele siga o petisco e acabe sentando. Quando ele se sentar, dê o petisco.

“Deita”

Aprendendo o “senta”, já podemos ensinar o “Deita”. Na posição sentado, coloque o petisco próximo ao focinho do cão e o induza em direção ao chão até que ele abaixe as patas da frente. Quando ele deitar, recompense-o. O comando ajuda o cão a relaxar em momentos em que fazemos uma pausa em restaurantes, por exemplo. Deitar em ambientes externos significa que o seu cão está à vontade, pois se estivesse desconfortável não deitaria nesses locais ao ar livre.

“Fica”

O “fica” é um comando de espera no qual conseguimos trabalhar um pouco da ansiedade dos pets, já que eles têm que ficar esperando até voltarmos. Imagine que você entrará em uma padaria e deixará o seu pet na entrada com o comando “fica”. Cães que aprendem este comando sabem que o tutor voltará logo, que não precisam se desesperar. Eles se manterão calmos e obedientes até a volta. Para ensiná-lo, colocamos o pet na posição sentada e pedimos o “fica” com a mão estendida e, com um passo por vez, afaste-se e volte em alguns segundos, recompensando sempre o pet no final. Vá aumentando, gradativamente, o tempo da sua ausência, até que ele consiga ficar. A tolerância de tempo é relativa em relação ao treino.

Avalie os limites do seu animal. Tem cães mais calmos e outros mais ansiosos. O importante é que o amigo canino entenda que o seu tutor sempre volta e com algo delicioso (recompensa).

“Vem”

Para que o cão atenda ao seu chamado de imediato, utilize o comando “vem”. Para ensiná-lo, é necessário que o pet esteja distraído, pois assim, quando falamos o “vem”, ele estará mais propenso a realizar o chamado de forma espontânea, o que é melhor para o aprendizado dele. Assim, chame-o no momento em que está cheirando algo atrativo ou brincando com outro cão, ou seja, quando está envolvido com algo. Em uma situação real de perigo, o cão atenderia prontamente, caso tivesse sido treinado de forma mais natural, sem estar esperando seu dono lhe chamar. Como apoio, tenha sempre uma recompensa mais valiosa do que a situação em que ele está. 

Para colocar o comando em prática, chame o amigo pelo nome e na sequência diga a palavra “vem”, batendo a mão na coxa. Quando ele chegar até você, recompense-o com um petisco delicioso, assim ele sempre pensará que indo até seu dono terá uma recompensa muito boa. Este comando é importante, pois em vários lugares do Brasil temos parques fechados ou ainda espaços pet em condomínios onde é possível soltar o cão e deixá-los brincando sem coleira. O comando “vem”, nesses e em outros casos, ajuda o cão a voltar para você quando necessário.

“Não”

O “não” é um comando de limite. Pensando que estaremos com nossos pets em diversos tipos de lugares, às vezes é necessário dizer que ele não pode ter determinados comportamentos, como subir na mesa ou pedir comida. Ensinamos o “não” colocando um petisco no chão e impedindo o pet de pegar dizendo a palavra “não” ao mesmo tempo. Quando ele desistir de pegar a guloseima do chão, o recompensamos com outro petisco que estará em nossa mão.

“Junto”

Este comando ensina o pet a andar ao nosso lado sem puxar a guia e focando no que estamos fazendo, como atravessar a rua. Ensinar o nosso cão a prestar atenção na gente e no que está acontecendo a sua volta é fundamental. O “junto” também ajuda em lugares internos como shoppings, onde temos uma aglomeração maior de pessoas fazendo suas compras e andando mais devagar. Com o cão na guia, o posicionamos na lateral do nosso corpo, estimulando, com petisco, a caminhar ao nosso lado. A cada passo damos uma recompensa, sempre mantendo-o na mesma velocidade e focado no trajeto que estamos fazendo, até conseguirmos andar normalmente e o pet nos acompanhar.

Contra a ansiedade

Além dos comandos, é muito importante trabalhar a tolerância e a paciência do pet, principalmente quando pensamos que podemos demorar mais do que o previsto em determinados lugares ou mudar os planos do passeio.
Pets ansiosos acabam tendo comportamentos como latir, chorar ou pular nas pessoas. Com o adestramento, é possível melhorar essa ansiedade, fazendo com que o amigo se torne um animal mais tranquilo em diversas situações.

Ensinar comandos ajuda consideravelmente a melhorar, mas existem outras formas de trabalhar isso nele. Uma forma são passeios mais frequentes. O gasto de energia e a interação de seu amigo com outros cães ajuda muito. O enriquecimento ambiental, que nada mais é do que tornar o ambiente em que o cão vive mais dinâmico e com desafios físicos e mentais, também é bem-vindo, assim como os brinquedos recheáveis, que são interativos. Também é possível fazer brinquedos com descartáveis, como garrafas pet e caixas de papelão. Dependendo do nível de energia do cão, utilizamos também um côco verde, cubos de gelo com petisco, entre outros. É muito importante se atentar a cada caso, pois tem cães que comem os brinquedos. Assim, convém supervisionar o animal nessas novas brincadeiras, principalmente com os descartáveis.